sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

leonel: o rústico doce que me encantou



meu querido e fiel escudeiro h. adams, espero que seus dias estejam leves e ensolarados. por aqui está tudo bem. estou organizando algumas fotos do velho baú. em noites de chuva e vento, nada melhor. uma taça de vinho e estou pronta para voltar ao passado. algumas fotos já carcomidas pelo tempo me levam de volta a séculos atrás. em uma dessas encontrei leonel. 
já contei a você a história dele. sobrinho do seu joão, o peão da fazenda de dona mércia. lembra? o que talvez você não saiba é que tivemos um grande e rápido romance mas nos perdemos na vida. 
conheci leonel quando estava passeando perto do rio,  no final da tarde, depois de cavalgar nos cavalos mansos de dona mércia. a filha dela, filó, costumava sair comigo. éramos amigas. deixamos os animais no estábulo e eu já estava meio cansada, só pensava em ir pra casa. resolvemos ir até o rio para ver o por do sol, quando ele chegou montado em um cavalo imponente. até nos assustou. perguntou se queríamos carona, afinal ia para a fazenda de filó encontrar o tio que trabalhava por lá. agradecemos em coro e rimos as duas. 
filó aceitou. abriu imediatamente um sorriso maroto e se mostrou interessada no rapaz meio bronco que se oferecia para ajudar. eu me despedi dos dois e segui rumo a casa de meus pais. filó fez questão de me visitar no dia seguinte.
– estou apaixonada, decretou ela. – ah, ele é lindo, e quase me beijou ontem, contava eufórica uma filó que não se aguentava dentro da saia.
– jura? perguntei eu. como foi?
filó contou que ao montar o cavalo se agarrou às costas de leonel.
–  e o beijo? perguntei.
– ah foi na hora de descer da montaria, ele me ajudou e acabamos ficando com o rosto coladinho e ele poderia ter me beijado, se quisesse. mas não quis, contou filó já meio emburrada por ter sido esnobada.
– ah querida, você queria mesmo beijar leonel?acho um rapaz meio tosco, bronco de tudo, comentei com desdém.
– sim, quero. ele é lindo! você não vê? aquele cabelo , os olhos profundos, as mãos calejadas...estou apaixonada, comentou filó já com ares de sonhadora.
– está bem filó, concordo que é bonito sim. o jeitão rústico dá um certo charme, falei com ironia.
ficamos as duas brincando de adivinhar como seria o beijo de leonel. e assim passamos a tarde nos divertindo. sentamos na varanda da casa dos meus pais. eles haviam saído para um trabalho na igreja, fiquei com filó e os cães. vimos ao longe um cavaleiro. era leonel que mais uma vez ia até a fazenda de filó conversar com o tio.
– eu vou embora. vou encontrar com ele lá. tchau, despediu-se filó na maior correria.
fiquei ali sentada, vendo o sol se por e acompanhando o cavalo de leonel que sumia aos poucos. naquela noite sonhei com ele. sonhei que nos beijávamos. durante o beijo nossos corpos flutuavam e nos movíamos devagar de um lado para o outro, como se estivéssemos dentro d´água. acordei sentindo uma saudade dele, uma saudade maluca já que nunca havíamos conversado e ele sequer sabia meu nome.  tentei tirar isso da cabeça. filó estava interessada nele. eu não tinha esse direito. fui tratar da vida, e á tarde, fui ler embaixo das árvores próximas ao caminho do rio.
peguei meu cobertor e me deitei por lá. meu livro estava muito interessante, tanto que não ouvi quando sorrateiramente alguém se aproximou. ele disse olá.
– nossa, que susto, falei quase aos gritos.
– calma, sou eu. leonel, ao seu dispor. esticou a mão em minha direção e retribui.
– eu fico bem desligada quando estou lendo, falei me desculpando .
– tudo bem, eu fiquei um tempo aqui te observando. você sabia que faz um biquinho quando lê?
– ah, é? não, eu...é? perguntei desajeitada.
– é. respondeu sorrindo e piscando pra mim.
– e há quanto tempo você está ai me olhando? deu até pra perceber isso? fingi uma indignação.
– ah pouco,  mas é que eu presto atenção no que me interessa, disse ele já sentando ao meu lado.
ficamos os dois conversando. ele me contou que o pai é irmão do seu joão, o peão na casa de dona mércia, e está muito doente. quase todos os dias precisa ser carregado até o hospital. às vezes fica internado, outras o médico libera. não se sabe o que ele tem. e o tio ajuda bastante. por isso tantas visitas a fazenda de dona mércia.
a tarde passou rapidamente, leonel quis me levar na garupa do belo cavalo mas fiquei com medo de filó nos avistar e dispensei. voltei quase correndo para casa. deixei o livro cair, voltei para pegar e pude ver leonel indo embora em direção a casa que dividia com o pai e os irmãos.
ele nunca pode terminar os estudos porque perdeu a mãe muito cedo e não teve mais chance de ir à escola. mesmo meio ignorante contou que tinha alma de artista. fazia poesia e gostava de cantar. prometeu uma serenata qualquer dia desses. eu sonhei com ele novamente.
os dias passavam sem graça. filó demorou a aparecer e eu sumi da casa dela. não queria encontrar com ela nem com leonel. mas ela foi me visitar. disse que leonel passou por ela, deu boa tarde mas nem a olhou direito.
– e pior, voltou atrás e perguntou por você! disse filó com um pouco de raiva na voz.
– perguntou por mim? por quê?
– não sei, estava muito curioso para saber se hoje você ia ler embaixo de alguma árvore...não entendi direito, já falava filó com uma raiva explicita.
– filó, eu não estou interessada nele. se quiser, fique com ele todo pra você mas não tenha raiva de mim, eu não fiz nada. quanto mais eu falava mais ela se irritava e mais eu mentia. é claro que estava interessada sim, não parava de sonhar com ele. mas como admitir isso a uma amiga? eu tinha que sublimar tudo aquilo.
– ah, quer saber? fique com ele pra você. eu tenho mais o que fazer. um menino burro e pobre. nem quero saber mais, disse filó num ataque de fúria e despeito.
– você quem sabe filó. depois não se arrependa, avisei.
– nunca vou me arrepender, de verdade. afirmou filó.
mudamos de assunto e passamos mais uma tarde divertida jogando cartas e rindo da vida.
mas eu não parei de pensar em leonel. ele tinha uma boca carnuda, um sorriso encantador. o cheiro que mal senti dele já havia me deixado inebriada. eu não podia admitir, mas eu estava pensando nele mais do que deveria.
uma manhã, eu havia acabado de acordar, ainda vestia minha camisola e me espreguiçava na cama quando minha mãe me entregou uma carta. estava lacrada, num envelope branco. era de leonel. eu soube imediatamente. a letra mal desenhada, desengonçada, esforçada. dizia nela:
“você aceita um convite desse pobre peão? vamos passear  na cidade hoje à noite? diga que sim. vou esperar você às 20h na porteira. um beijo, seu leonel”. meu coração disparou. fiquei o dia todo flutuando de alegria. inventei que iria encontrar filó à noitinha e fui rumo à cerca onde leonel me esperava. estava lindo. de banho tomado, escolheu a melhor roupa, estava cheiroso. nervoso também. tinha nas mãos uma flor  roubada do meu próprio jardim.
fomos andando pela estrada de terra em direção a cidade. ele me disse que estava sem muito dinheiro mas dava para garantir um algodão doce na praça. eu ri já fascinada por ele.
fomos até a praça. o coreto estava lotado. nos divertimos, rimos. ele segurou minha mão timidamente. passeamos de mãos dadas pelas ruas da cidade, como dois namorados. em certo momento tiramos a foto que achei no baú antigo. ele escreveu nela : um beijo, seu eterno leonel. fiquei emocionada.
enquanto caminhávamos sob a lua ele cantava baixinho uma canção romântica. o tempo foi passando e leonel foi me levar em casa. voltamos pelo mesmo caminho de terra. passamos em frente à casa dele. as luzes estavam apagadas, apenas um lampião mal iluminava a sala. ele explicou que o tio havia levado o pai mais uma vez para o hospital e que ele estava sozinho cuidando de tudo. os irmãos passavam férias na casa de uma tia. perguntei se poderíamos entrar para eu tirar o sapato que estava me machucando os dedos. claro, respondeu ele. e entramos na cabana de leonel.
tudo muito simples, rústico. mas brilhava de tão limpa. um cheiro bom de café feito no forno a lenha tomava conta dos cômodos. leonel me olhava, tímido mas sedutor. e eu? eu estava apaixonada por aquele moço.
ele passou as mãos no meu rosto. tinha calo nelas. eram mãos ásperas de trabalho, mas de uma leveza apaixonante. ele se aproximou de mim, me tomou pela cintura e me puxou em direção a ele. nos encaramos olhos nos olhos e ele me beijou.
no início foi um beijo suave, encostando os lábios, como pedindo licença. depois a língua dele tomou conta da minha boca. me entreguei aquele beijo como se nunca mais fosse beijá-lo. nos abraçamos. nossos corpos ficaram colados, como se estivéssemos dançando. nos beijamos mais e mais. não tinha fim. era um beijo que me completava, molhado , cheio de tesão e desejo.
fomos nos beijando em direção ao quarto dele. meus sapatos ficaram pelo meio do caminho. no quarto sem porta, a cama era pequena, com colchão mole. nos deitamos. ele por cima de mim e eu sem fôlego e sem resistência embaixo dele.
as mãos de leonel percorreram minhas pernas, meu quadril. ele começou a explorar cada parte do meu corpo. eu mal conseguia respirar. meu coração estava quase explodindo. ele levantou minha saia meio inseguro. eu deixei. ele me olhava inteira como se decorasse os detalhes do meu corpo, da minha pele. tinha fogo nos olhos.
abriu minha blusa e começou a beijar meu pescoço, meu colo, meus seios. foi descendo com a língua até me encontrar molhada de desejo. eu me contorci de prazer. passava a mão nos cabelos dele enquanto ele enfiava a língua em mim, me chupava, saboreava e me deixava ainda mais molhada.
meu corpo estava quente. ele me fez gozar na boca dele. eu gemia baixinho. leonel voltou a deitar em cima de mim. senti o tesão dele. seu pau duro encostava nas minhas pernas fazendo pressão. nossos movimentos pareciam ensaiados e ele entrou em mim tomando conta do meu corpo inteiro. ele estava dentro de mim e eu podia sentir cada poro da sua pele.
ele pulsava me matando de prazer. eu queria mais e mais. gozamos os dois naquela cama bagunçada. eu não conseguia acreditar que aquele peão lindo sorria pra mim com aquela cara de garoto que se lambuzou com doce. doce, é isso. doce é a melhor palavra pra descrever leonel. doce e rústico.
ele ficou ainda um tempo em cima de mim olhando nos meus olhos, ofegante e sorrindo. eu não queria sair dali nunca mais. mas a realidade bateu a nossa porta. literalmente. o tio chegava carregando o pai dele. tivemos que sair correndo da cama e nos arrumar. eu estava despenteada e feliz. não conseguia esconder o que tinha acabado de acontecer.
meio envergonhados, cumprimentamos os dois e sai correndo porta a fora. leonel foi atrás de mim e me acompanhou até em casa. nos despedimos com um beijo apaixonado, com a promessa de nos encontrarmos novamente. ele disse no meu ouvido que tinha sido só o começo e mais:
– quero muito mais, te quero inteirinha só pra mim. boa noite.
ele passou a mão na minha boca, virou as costas e foi embora sem olhar para trás. fui dormir com a cabeça nas nuvens e o corpo ainda sentindo o prazer do toque dele.  
no outro dia cedinho ele estava na porteira me esperando. fui correndo ao encontro dele. nos beijamos apaixonadamente. ficamos nos esfregando, enlouquecidos  e falei para ele que era perigoso ficar por ali e que meu pai não ia gostar nadinha daquilo.
fomos correndo para a casa dele. estava vazia. ele só me jogou na cama, de bruços. tentei falar mas ele não deixou. tapou minha boca, levantou minha saia, rasgou minha calcinha e me comeu ali, de quatro, sem carinho, sem beijos, sem palavras mas com desejo, tesão e força. foi rápido, intenso e arrebatador. eu estava totalmente entregue. quando virei em direção a ele, tentando me recompor daquela explosão, leonel  estava chorando.
– meu pai, ele não vai resistir, foi para o hospital novamente, mas está muito fraco. meus irmãos vão chegar no fim do dia, estamos nos preparando para o pior.
eu não conseguia pensar direito. ainda sentia ele pulsando dentro de mim, eu ainda sentia aquele homem me invadindo. suspirei e mesmo assim dei meu apoio. fiquei triste por ele.
fui embora com um aperto no coração. encontrei filó que fez questão de virar o rosto. já havia chegado aos ouvidos dela que eu estava passeando pela cidade de mãos dadas com leonel. fui para casa.
a noite chegou e não tive notícias do pai dele, nem dele. outro dia chegou, e mais outro. quase uma semana havia se passado.  na casa de leonel tudo às escuras. fui até seu joão, na fazenda de filó.
– menina, eles foram embora. o pai de leonel, meu irmão, não aguentou e morreu . os filhos fizeram um enterro simples, nem avisaram ninguém. leonel pediu para dizer para a senhorita, caso a encontrasse, que ele vai voltar. vai arrumar a vida dos irmãos na casa da minha irmã e vai voltar pra encontrar a senhorita. assim explicou seu joão.
mas leonel nunca mais voltou. não escreveu, não apareceu. seu joão também se mudou e eu não soube mais nada, nenhuma notícia da família. filó parou de falar comigo e fez questão de não dar informações. foi assim que nunca mais vi leonel. uma paixão que me enlouqueceu por algumas semanas. o grande amor que poderia ter sido e nunca foi. eu parei de procurar respostas. só espero que ele esteja bem. ele e os irmãos. agora deixa eu ir ali terminar de revirar mais um pouco o velho baú e suas fotografias...mande notícias querido h. adams.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

e-book de literatura fantástica


E-book com os contos selecionados do 1º Concurso de
Literatura Cranik. Caso queiram o link do download para divulgação, segue
ao lado: http://www.livrodestaque.com.br/concurso_cranik_2012.pdf


o meu está na página 63. é o 9º conto.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

eu, katarina e filipe numa noite estrelada


meu querido h.adams, por onde anda você? depois da briga que tivemos na semana passada você simplesmente sumiu de vista. não me ama mais? espero que me perdoe. quanto a você, está perdoado. não quero ficar aqui discutindo por bobagens. de séria já basta a doença da sua mãe que está me preocupando deveras. espero que tenha melhorado. me mande notícias. por aqui tudo bem. preciso te contar uma história. ando tão distraída depois do que aconteceu...vamos lá:  você lembra da katarina? sobrinha da dona alice, vizinha aqui do lado? ah meu amor, essa menina ainda vai me enlouquecer. estava eu outro dia na estrada que leva para a floresta aqui atrás de casa quando de longe vi um casal vindo em minha direção. vinham rindo, de mãos dadas, meio que brincando um com o outro. jovens e obviamente apaixonados. andavam em zigue-zague, se beijando e se abraçando. fui andando na intenção de passar reto por eles, para não atrapalhar. fingi que não os vi mas a danadinha da katarina me reconheceu. pulou na minha frente.
– oi madame.
– oi, disse eu me recuperando do susto. sorri para ela e fiz um gesto com a cabeça para o rapaz que a acompanhava. ela me respondeu passando a mão no meu ombro . sorrindo de volta. ele retribuiu com o mesmo gesto com a cabeça e abriu um sorriso contagiante. olhou para frente serrando os olhos para impedir que a luz do sol o cegasse. era fim de tarde, aquela luminosidade meio sépia tomava conta dos campos. passou a língua nos lábios e eu fiquei congelada diante da beleza daqueles dois. katarina percebeu que eu havia ficado meio abalada. 
-o que foi? provocou fingindo curiosidade.
–nada, respondi nervosa. eu, nervosa, a essa altura do campeonato!
–hum, tava pensando aqui, dizia ela mexendo no cabelo, a senhora não quer ir beber alguma coisa com a gente hoje à noite não? ah, este é o filipe, apresentou apontando para o namorado.
–com vocês? claro. onde? oi filipe.
–hummm, vamos fazer um pic nic para ver as estrelas lá na clareira, cada um leva um vinho.
achei aquilo tudo muito engraçado. pic nic na clareira da floresta, à noite, com esses dois, não sei não, pensei. mas uma vontade maior do que eu respondeu por mim:
–tá bom, levo o vinho.
–ah, leva bastante, advertiu katarina, e me deu uma piscadela marota.
fui para casa achando tudo muito diferente. senti uma excitação que há muito não sentia. estava ansiosa para que a noite chegasse logo. e chegou. tomei um banho demorado, arrumei o cabelo, peguei minha pequena cesta de pic nic  e fui em direção a clareira. você sabe que aquele caminho eu sei de olhos fechados, né? desde quando? desde sempre. frequento aquele lugar desde menina. é só seguir reto do portão da minha casa, andar uns 500 metros mata a dentro, seguir até o pinheiro gigante, dobrar a direita, andar mais um pouquinho e pronto. quem chega lá da de cara com um enorme vão entre aquelas árvores. o silêncio impera. prevenida, levei lampião para nos iluminar mas a lua estava tão cheia, gorda, brilhante que não foi necessário. os dois levaram um lençol que fez às vezes de toalha no chão. tínhamos vinho, velas, estrelas, uma cesta de queijos e pão. começamos a conversa animadamente. filipe era metido a poeta e nos presenteou com sua declamação. sentou em um tronco que estava ao nosso lado. eu e katarina sentamos na toalha. aos poucos o vinho foi fazendo efeito. estávamos todos já meio embriagados.  katarina e filipe se levantaram e começaram a dançar a música que eles sussurravam e imaginavam. eram movimentos leves, sensuais. olhei os dois dançando debaixo daquela lua e meus pensamentos foram longe. fechei os olhos e me deixei envolver pela música imaginária. percebi que o som silenciou, e na verdade eu só escutava os bichos e mistérios da floresta. abri os olhos e katarina estava sentado ao meu lado.
-quer dançar? perguntou.
-não. estou bem. adorei ver vocês dançando. vão lá, dancem mais para mim. e os dois voltaram a se entrelaçar naqueles passos particularmente languidos, sedutores. o vinho da minha taça acabou, resolvi encostar a cabeça no troco que estava atrás de mim. imediatamente katarina começou a rir e veio sentar comigo. sentou encostada no tronco. acabei deitando a cabeça nas pernas cruzadas dela.  filipe voltou para seu lugar e começou novamente a declamar poesia. katarina mexia nos meus cabelos. fazia um carinho tão especial que a deixei fazer o cafuné. suas mãos desceram para minha testa, passaram pelo meu nariz, meu queixo. abri os olhos. ela me olhava e sorria. eu a via quase de cabeça pra baixo. nessa hora katarina foi-se abaixando e beijou minha boca. foi um beijo suave, quase não encostou os lábios. fiquei sem ação. tentei levantar, mas ela me segurou e novamente me beijou. me entreguei e a beijei de volta. suavemente. aos poucos os beijos foram ficando mais demorados. eu sai do colo dela e sentei. ela me puxou para mais perto e novamente beijou minha boca. me rendi. nossas línguas foram se reconhecendo, se procurando, se encontrando. estávamos abraçadas e nossos beijos mais e mais profundos. as mãos de katarina percorreram meu corpo. senti um arrepio quando ela passou a mão pelos meus seios. eu já estava quase sem fôlego. parei e olhei para ela que havia deixado todo o batom na minha boca. já estávamos despenteadas. meu olhar desviou e caiu sobre filipe, que nos observava. ainda segurava a taça de vinho e parecia bastante divertido. sorriu em minha direção. fiquei sem graça, tímida. katarina segurou meu queixo e chamou minha atenção para ela e novamente me beijou. não ouvi o momento em que filipe levantou e andou até nós. ao abrir novamente os olhos ele estava lá, em pé, na minha frente. esticou a mão e me puxou para ele. fiquei diante dele num instante. ele segurou meu rosto, arrumou o cabelo que insistia em cair na minha cara e me olhou profundamente. me beijou. enfiou a língua dele na minha boca e eu quase desfaleci. estava tremendo 
de desejo. uma paixão me envolveu e eu fiquei louca de tesão. beijei aquele homem como se estivesse faminta. ele me abraçou, passou a mão nas minhas costas, desceupara a minha bunda e eu me derretia nos braços dele. katarina levantou, me abraçou por trás.  eu fiquei entre os dois. ela me beijou o pescoço, puxou meu cabelo, mordeu minha orelha enquanto ele beijava meu colo, descia para meus seios. estávamos pegando fogo ali naquela clareira. uma brisa quente deixava nossos corpos ainda mais ardentes. nos deitamos na toalha improvisada. katarina e filipe beijavam minha boca. os dois me procuravam. se misturavam em toques. até que katarina beijou filipe e tirou a roupa. ficou nua entre nós. meu impulso foi tocar nela inteira, eu queria sentir o corpo daquela garota nas minhas mãos. beijei katarina e meus dedos foram procurando por ela. ela gemia. filipe se afastou um pouco para ver a namorada sentindo o prazer que eu dava a ela. katarina beijava minha boca, e pedia mais. também tirei o vestido e nós duas nuas ficamos ali, nos tocando e trocando carícias.  enfiei meus dedos entre as pernas dela e a masturbei. ela se contorceu de satisfação. eu sentia katarina encharcando minhas mãos. a garota então gozou despudoradamente. ficou por alguns momentos lânguida e sem aviso levantou. sem roupa foi sentar no lugar onde antes  estava filipe. ele se virou para mim e sussurrou ao meu ouvido: agora é a nossa vez. e começou a me masturbar exatamente como me viu fazendo com a namorada. também toquei nele. quase engoli o pau dele naquele momento. sentia cada parte do meu corpo querendo mais e mais. fiquei de quatro e ele me penetrou forte, com tesão. eu tremi de prazer e me derreti. nossos movimentos se encaixavam perfeitamente e ele me fez gozar ali, na frente de katarina, sob o olhar da lua e das estrelas. perdi os sentidos.  deitei de barriga para cima, katarina deitou-se ao meu lado beijando minha boca. filipe deitou do outro lado e ficou olhando o céu estrelado. acabamos adormecendo ali mesmo. ah meu querido adams, isso foi na semana passada desde então não paro de pensar nos dois. eles tinham uma viagem marcada para o dia seguinte e nos despedimos com muitos abraços e a promessa de que logo eles estariam de volta. estou muito ansiosa. você não imagina. ainda sinto o cheiro deles em mim. enfim, vou tratar de terminar meus afazeres. com essa de ficar sonhando com aquela noite atrasei toda a papelada que ainda tenho que organizar. mande noticias, não fique tanto tempo longe. um grande beijo da sua madame red.

 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quando conheci saul...



h. adams, meu fiel escudeiro, não vou ficar lamentando a saudade de que sinto de nós dois mas está muito difícil suportar essa distância. o tempo parece querer nos separar, mas não vai conseguir. estive viajando conforme combinamos e foi maravilhoso. meu querido, você precisa conhecer aquele paraíso. nem parece que estamos na terra tamanho é o deslumbramento que se sente diante aquela paisagem. e claro, volto de lá apaixonada. pelo local, pelas pessoas e principalmente por um affair que me apareceu de surpresa. querido, o nome dele é saul. magro, músculos definidos e um sorriso encantador. chegamos a passear como namorados na beira daquela praia e durante o tempo que ficamos juntos deixamos a imaginação embalar nossos momentos mais íntimos. ele tem uma beleza sutil. belos olhos azuis. sorriso largo. nos conhecemos nos últimos dias. eu sai para me refrescar logo depois do almoço. achei um lugar aconchegante  e sentei numa mesa afastada. abri o livro que levei para distração, olhei para o lado e lá estava ele, desligado do mundo, remexendo no copo que tinha em sua frente. nos perdemos numa troca de olhares. ele sorriu e me desarmou. levantou de onde estava e com muita simpatia perguntou se poderia sentar comigo. estava sozinho e detestava beber sem ter com quem conversar. deixei ele ficar e nos apresentamos. saul estava saindo de um relacionamento e precisava organizar as ideias, em suas palavras. falou da dificuldade em achar um hotel bom e barato até se instalar de vez numa casa só dele. também contou sobre ele. é simples. modesto e trabalhador. mantêm o sorriso até para falar das mazelas da própria vida. a conversa seguiu entre drinques e risadas. até que o sol estava para se por. nem vi o tempo passar. falei a ele que precisava voltar para o hotel. ele se prontificou a me acompanhar. fomos pela beira  da praia admirando um lindo pôr-do-sol. me senti livre e viva. nossas mãos se tocavam levemente de vez enquando, se roçavam, e eu me arrepiei.  tirei os sapatos para pisar melhor na areia. uma brisa suave refrescava nossos corpos. na rua do hotel ele me disse que ia pegar a outra esquina, que o caminho dele era para o outro lado. nos abraçamos. foi um abraço forte. pude ouvir a respiração dele. meu coração inexplicavelmente acelerou naquele abraço e senti o cheiro que vinha dele: me deixou inebriada. ele perguntou se eu não queria vê-lo à noite. sim, respondi.  - então nos encontramos na porta da igreja. é perto de onde estou e tem por ali um lugarzinho especial que quero te mostrar, falou alegremente. fiquei olhando ele se afastar. fui flutuando para o quarto. não tive cabeça para descanso. fui logo escolhendo uma roupa adequada, tomei um banho, fiz um lanche rápido  e me preparei para a  noite que estava chegando. fui ao encontro dele antes da hora e para minha surpresa ele já me esperava. de banho tomado, cheiroso. dava pra perceber que ele tinha se esmerado em se arrumar. achei encantador ele ter essa preocupação. sentamos no tal bar, um local rústico. mais uma vez frente a frente. mesas ao ar livre, iluminação de velas. pedimos um vinho e mais uma vez trocamos olhares. a conversa seguiu solta, leve. falamos de família, trabalho, sonhos. rimos, fizemos piadas. sem nos dar conta não estávamos mais frente a frente, mas sentados lado a lado. cada vez mais íntimos, mais próximos. era como se nos conhecessemos há anos. entre uma taça e outra acabamos nos encarando e daquele olhar ele foi chegando mais e mais perto de mim, nos beijamos indiferentes às outras mesas. nossos corpos se encostaram. senti a pele arrepiar quando ele passou a mão nos meus braços enquanto beijava minha boca. foi um beijo profundo, cheio de língua, movimentos e desejo. o melhor foi olhar para ele e perceber o quanto ele estava completamente entregue àquele beijo. minha vontade era sumir com ele dali. ficamos mais um pouco nos namorando. fomos à pé em direção ao meu hotel. não foi preciso convite, nem foi complicado. simplesmente subimos para o quarto de mãos dadas. sem muitas perguntas. ele nunca quis saber se eu era ou não comprometida. parecia não se importar. não pediu explicações, nem cobrou nada. e naquele momento não houve sequer uma dúvida, um medo, um porém. eramos um do outro. um desejando o outro. ele me beijou assim que abri a porta. caminhamos nos beijando até a cama . não deu tempo de acender as luzes. o que nos iluminava era a lua enorme que mandava o brilho lá de fora. ele me deitou na cama e continuou me beijando. os corpos colados um no outro. nossos abraços apertados. ele me desejava e eu a ele. tirei o vestido enquanto ele tirava a blusa. nos abraçamos e senti sua pele na minha. eu estava só de calcinha e ele ainda de calça. ele parou de me beijar e passou a admirar meu corpo. percorreu com os olhos e com as mãos cada parte do meu rosto. desceu para o pescoço, deu uma série de beijos e lambidas, o que me deixou ofegante. desceu a mão e os olhos para os meus seios. percorreu eles com os dedos, apertou. beijou os mamilos. demoradamente, aproveitando o momento. de olhos abertos, me encarando. ficou assim por algum tempo, mordeu e chupou e eu derretendo nas mãos dele. finalmente tirou a calça e pude ver a excitação que tomava conta dele. agora foi a minha vez de beijar aquele corpo todo. beijei e lambi e senti o gosto e o cheiro de cada parte daquele homem. eu não pensava em nada, apenas sentia o toque, a pressão, minha pele arrepiando, eu gemia de desejo. ele se entregou totalmente, me sorria, também gemia e sentia prazer. ele me deitou na frente dele, tirou minha calcinha e me lambeu inteira. eu estava quase gozando na boca dele quando me colocou de quatro na beirada da cama e me provocou com aquele pau. esfregou na minha pele, brincou comigo e não me penetrou de vez. eu fiquei completamente entregue e pedi para ele me fazer gozar. enquanto ele entrava em mim, me masturbava com as mãos. me beijava, me mordia. o suor dele pingava em mim. fiquei de frente pra ele e ele beijou minha boca enquanto gozava comigo. foi intenso. minhas pernas tremeram e senti uma paixão, um furor, um tesão incontrolável. ficamos ali desfalecidos. levantei para tomar um banho e ele me puxou de volta. me surpreendeu amarrando meus braços com o cinto na cabeceira da cama. me chamou pelo nome de um jeito que me fez perder o ar de tanto desejo  e perguntou num sussurro no ouvido: quer gozar de novo? não me deu tempo de resposta: enfiou o pau na minha boca. passou a comandar todos os nossos movimentos, mantendo aquele sorriso de satisfação nos lábios. me olhava no olho e ia aos poucos me fazendo querer mais e mais. falava coisas que me deixaram completamente à mercê dele. nunca me imaginei fazendo o que fizemos. e eu gostei. foi incrível, quanto mais violência ele usava mais eu ficava excitada. nunca tinha sentido isso nem sabia que iria gostar, mas eu gostei. até agora fico tentando me explicar para mim mesma, mas acho que não preciso de explicação. eu senti, me entreguei. e foi só o começo...por hoje vou ficar por aqui, estou com a mão cansada de escrever e a cabeça avoada demais para continuar. meu fiel escudeiro, prometo que eu volto, depois conto mais detalhes de tudo o mais. vou me refrescar e tentar não sonhar com saul...boa noite.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

baile de máscaras







meu querido h.adams. andei um pouco reclusa. estive doente e não consegui sequer escrever pra você. me perdoe meu amado, já estou melhor. morrendo de saudade. você me faz falta na alma. mas não quero ficar me lamentando, quero saber como você está. conte-me suas novidades. conseguiu fazer a venda dos quadros que você tanto se empenhou? mande notícias.recebi um convite e preciso te contar. lembra de uma certa festa que fomos juntos. uns muitos verões atrás, na mansão da madalena? um baile de máscaras? então, recebi um convite para uma nova festa na mansão.ah h. será que vai ser tão especial e emocionante quanto a outra? vou atender ao convite.já estou providenciando a fantasia. na última vez que estivemos lá perdi a máscara voltando pra casa, lembra? se não me falha a memória você também, aliás, meu querido, minha memória só guardou momentos maravilhosos, veja se não: todos estavam vestidos magistralmente. máscaras elegantérrimas, vestidos longos. a corte de luís xv deve ter se contorcido de inveja. tudo estava impecável: garçons, comida fartíssima, champanhe. música, muita música. os lustres enormes davam uma iluminação indireta que convidava à luxúria. o perfume no ar enebriava a todos. casais dançavam alegremente, riam alto. outros por ali se beijavam, e outros seduziam. lembro que estavamos em um cômodo um pouco mais reservado, e ouviamos a animação que vinha do salão. nós e outros casais. nem sei quantos formavam nosso grupo. e a noite começou com uma aposta. não guardei nomes, meu querido, mas era um senhor rico, gordo, que tinha uma careca simpática, e não largava o charuto.ele apostou com uma das cocotes que ela não teria flexibilidade suficiente pra pegar com a boca o copo que estava no chão (sendo que a coitada deveria ficar em pé e não poderia dobrar as pernas. realmente é preciso ter corpo de bailarina para fazer a manobra). e ela aos poucos foi se abaixando e conseguiu a façanha. todos aplaudiram, e claro todas as outras quiseram imitar. foi um festival de gritinhos, gargalhadas, champanhe derramado e muitas, muitas pernas pra cima. as bundas se empinavam na tentativa de abaixar sem dobrar as pernas. e funcionou como uma dança de sedução, todos na sala ficaram animados. algumas daquelas desconhecidas cairam sem querer nos colos de alguns senhores. e por ali ficaram. todos nós passamos a dar risadinhas mais histéricas, e como se um botão desligasse todo o pudor dos presentes, logo começamos a nos seduzir. todos a todos. abraços, mãos, beijos. enquanto eu sentia uma língua na minha boca, passava a mão nos peitos enormes da moça flexível e sentia outra língua explorando minhas pernas. nos tocamos todos e começamos ali mesmo a orgia do século. algumas roupas foram retiradas a força, outras ficaram pela metade nos corpos suados. e tantas mais desapareceram na bagunça da sala. nos espalhamos no chão, no tapete, no sofá.o grupo não tinha mais do que sete ou oito pessoas, mas todas se ocuparam em sentir prazer. lembro de beijar a boca de um mascarado silencioso. o homem que estava sentado numa poltrona, a poltrona vermelha, lembra?. cabelos pretos rebeldes, elegante, magro. a boca mais macia que a minha já beijou. eu não quis beijar mais ninguém, não queria sentir mais nenhuma mão em mim a não ser a dele. era um menino praticamente, um jovenzinho quase inexperiente mas que carregava uma empáfia digna dos lordes.aquele rapaz me tirou o fôlego e deixei meu corpo à mercê dele. nos beijamos sem parar, nossas máscaras nos atrapalhando.os olhos dele. ah os olhos daquele moço. em certo momento você e a ruiva gordinha começaram o espetáculo.em cima da mesinha de centro que servia de apoio aos copos ela ficou de quatro, completamente nua e se abriu inteira pra você. lembro de você possuir aquela garota com força, com tesão. seu pau entrou nela quase rasgando, e ela gemeu. e você não comeu a garota sozinho.ela virou o prato do momento e todos se enfiaram nela. dois ao mesmo tempo, três. a pequena branquinha gemia e as lágrimas escorriam. e eu beijava meu lord na boca e me deliciava com a cena de ver vocês ali matando aquela mulher de tanto prazer. quem estava em volta se masturbou, se tocou, se beijou, entrou no meio da cena. todos gozavam em todos. eu e meu mascarado sem nome nos olhamos fundo. firme. aquele sorriso mais lindo e encantador, com lábios carnudos, vermelhos, me sussurrou: estou com muito tesão, mas quero comer você sem dar show. saimos os dois de fininho da sala e nos escondemos no primeiro quarto que achamos. por acaso não era quarto, era a biblioteca. e ali ele tirou aquela máscara e pude ver a beleza dele. era de enlouquecer qualquer mente que ainda estivesse sã. meu coração disparou e eu quis mais do que nunca aquele homem dentro de mim. nossos beijos molhados ficaram ainda mais fortes, ele levantou meu vestido e me jogou contra a estante, de costas pra ele. lambeu meu pescoço, passou a mão pelo meu corpo, mordeu minha orelha e sussurrou no meu ouvido coisas que me deixaram sem chão. derreti nele. e ele me comeu ali, em pé, encostada nos livros. e me matou de prazer. o gozo dele escorreu pelas minhas pernas e eu não queria que acabasse. queria mais, muito mais. saimos rindo da biblioteca e fomos procurar uma bebida. achamos a mesa de champanhe que ficava no jardim.andamos trópegos bebendo e rindo e lá no jardim mais uma vez começamos a nos beijar e a nos procurar, a nos querer. encontramos uma árvore e encostamos nela. sem que ninguém visse me ajoelhei na frente dele e o pau dele foi todo pra dentro da minha boca.ele gozou gemendo baixinho.e beijou meus lábios que tinham o gosto dele. ali deixei minha máscara. você me levou pra casa e nunca mais encontrei meu mascarado silencioso. mas ainda sinto os lábios dele em mim.nos meus peitos, na minha boca, nas minhas pernas. ele sabia meu nome. não faço ideia do nome dele, mas isso não importa, ainda sinto o cheiro dele. ainda arrepio toda vez que lembro do baile de máscaras. por isso meu h. adams, fique o senhor sabendo que estarei novamente na mansão de madalena, com uma esperançazinha que não me abandona: de encontrar novamente aquele lord, aquele rapaz bonito que geme baixinho.agora vou lá tomar um banho que só de pensar nele fiquei afogueada e úmida.um beijo meu querido.