sexta-feira, 11 de maio de 2012

lembranças de uma tarde de verão...

minha querida felipa, hj acordei pensando em você. h. adams, aquele malvado, viajou e me deixou aqui pra sofrer de saudade e solidão. ah minha amiga, como lembro das nossas tardes de verão. a falta de compromisso, o tempo que passava preguiçosamente, o por-do-sol que se desenhava na praia, exibido, pedindo nossa atenção. e a gente se divertia só de olhar. e como era bom sentar naquelas dunas de areia no finalzinho do dia e ver o tal sol se esconder no mar. a noitinha fria chegava e voltávamos para casa descalças, com um arrepio gostoso de brisa gelada. o mar ficava naquela cor chumbo, sem ondas, como se aguardando as surpresas da noite. e elas vinham. quantas vezes nos perdemos naquelas madrugadas? ah que gostinho bom de saudade. 
lembro quando comecei a encontrar o eric. lindo. de alma franca, de olhos penetrantes, de voz perfeita e uma gargalhada contagiante. sempre cercado de gente, sempre bem vestido. falante, sem muita noção da beleza que estampava. eu me apaixonei por ele, lembra? ah minha amiga, que saudade sinto daquele homem. não passava de um menino quando nos conhecemos. eu era meio esquisitinha e ele era belo, em toda a concepção da palavra. o cabelo, os olhos, a boca. tudo nele me deixava sem fôlego. os braços musculosos na medida certa, firmes, queimados do sol das férias. a pele dele tinha um cheiro de bronzeado misturado com creme doce. um cheiro só dele, de almíscar. e as mãos, o toque. ele tinha mania de mexer nos meus cabelos, e a mão descia para meu pescoço. sem que eu percebesse ele já estava tocando minha nuca. segurava meu rosto entre as duas mãos e eu arrepiava de desejo só de pensar no beijo. ah, o beijo. a língua dele completava a minha, enchia a minha boca. o beijo perfeito. começava com um leve roçar nos lábios, e logo queríamos nos engolir. era um beijo molhado, cheio de tesão. não era nervoso, nem vazio. era um beijo de chupar os lábios, de molhar a cara, de morder. de entrelaçar línguas. o ritmo parecia combinado. era um beijo apaixonado. ofegante. quantas  vezes dividi o mesmo ar com ele? as bocas ficavam perto o bastante pra quase se tocarem. apenas pra prenunciar a sensação de prazer. ele me provocava assim. e dividíamos o mesmo ar. o cheiro do hálito dele me enebriava. meu corpo todo se enchia de desejo quando ele estava por perto. me arrepiava. eu ficava surda aos outros e nada do que se falasse e que não saísse da boca dele era alto o suficiente para eu conseguir prestar atenção. 
sentir aqueles olhos penetrantes me fazia ficar boba, com sorrisos ridículos. os olhos dele liam minha alma. eu sempre falava demais ou de menos. estava sempre em suspense. ah eu era uma menina, felipa. 
lembra quando em uma tarde nublada sai sozinha pra molhar os pés na água e meio sem querer encontrei com ele? meu coração disparou. o tempo parou. e eu escutava música mesmo sem ela estar lá. 
ele já veio sorrindo pra cima de mim, me segurou pela cintura, me apertou contra o peito dele e me deu o beijo mais doce que eu já havia recebido. tremi encostada ao corpo dele, me derreti. corremos de mãos dadas e nos escondemos entre as palmeiras e árvores próximas a praia. e o bosque foi nosso refúgio. sentamos embaixo de uma sombra, nossos beijos e carícias ganharam um frenesi louco. e eu sem o menor medo, sem o menor pudor me entreguei a ele. dei minha virgindade a ele. ele sorriu, como sempre o sorriso aberto e feliz. os dentes brancos e perfeitos. dos meus olhos caíram lágrimas de dor, dos dele lágrimas de emoção. eramos um só, nos amando, desejando, nos querendo. naquele momento senti ele dentro de mim. uma dor quente tomou conta do meu corpo. eu sangrava. doía.  mas eu queria mais. fiquei louca, doente de prazer. e quando ele gozou me levou com ele. flutuei. ele me olhava nos olhos. e disse um "eu te amo" tão sincero que me entreguei novamente aos beijos e carícias. não parávamos mais de nos querer. nosso sexo era guloso, cheio de carinho. minhas pernas ficaram cansadas, minhas costas arranhadas, meu cabelo molhado. foram horas naquela grama, naquelas árvores, entre gemidos, suor e sussurros. com passarinhos nos espiando, e o sol escondido entre as nuvens. a cada vez que ele me penetrava, nossos corpos se apertavam mais e mais, como um pacto de cumplicidade e amor. ah minha querida felipa, que saudade do tempo que não volta mais. ainda hoje sonho com ele. ainda sinto o cheiro dele passando levemente por mim como que dizendo que está por perto. e eu sei que está. 
minha querida amiga, escreva, mande notícias, um grande beijo da sua saudosa amiga, madame red. 

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